Cia Cara Lavada faz 23 anos este ano e, para comemorar esta data tão importante, a produtora cultural, cineasta e atriz Rayssa de Castro receberá os convidados no Cineteatro Shopping Barra Point, na Barra da Tijuca. Além de comes e bebes, os convidados verão uma exibição especial de vários trabalhos realizados pela CIA ao longo destes 23 anos.
Cia Cara Lavada
De Belém do Pará, aos 8 anos de idade, Rayssa de Castro já era palhacinha de circo e fazia peças na igreja evangélica Assembléia de Deus do seu bairro. Seu sonho já era de infância. Aos 11 anos, já fazia vária peças infantis, inclusive comédia e drama.
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Há vários anos morando no Rio de Janeiro, com várias peças no currículo, Rayssa resolveu criar, no ano 2000, uma companhia de teatro e fundou a Cia Cara Lavada. Assim efetivando profissionalmente, mesmo que independente (até hoje), todos os trabalhos a partir da fundação. Com a chegada dos artistas Mônica Ramalho, Eric Burdon, Manoel Alonso, Ana Karina Zimmer, o projeto ganha a estrada com turnês pela região dos lagos e serrana, muitas viagens, muitos palcos eram conquistados com muito boca à boca.
"A Cia foi criada para dar oportunidade para os sem oportunidades no mercado", diz Rayssa, pois ela mesma nunca teve oportunidade alguma. Por isto, ela sabe muito bem o que é ter talento e não ter chance e que há também o fato de que tudo precisa de recursos financeiros para existir.
"Sonho sempre vem pra quem sonhar, temos que acreditar. A pessoa que sonha e não corre atrás dos seus sonhos, para mim não tem sonhos, tem delirios!", afirma Rayssa, cuja vida nunca foi fácil e que tudo o que conseguiu foi através de muita luta.
"Sou intensa demais, não consigo ser pela metade e o povo precisa separar o amador do independente. Os artistas independentes estão bem preparados. Somos profissionais, só não temos grana, mas sabemos fazer muito bem o nosso trabalho. Produzir com grana é fácil, quero ver produzir como eu, sem grana! Todo produtor independente tem dívidas, não seria diferente comigo, mas tenho certeza que tudo se resolve", diz com firmeza.
"Comecei a escrever para atuar, produzir e acontencer. Em 2024, volto aos palcos que já estou morrendo de saudades, é meu lugar. Amo ser atriz, mas com as dificuldades, me reinventei. Sempre fui a produtora da minha Cia. Cansa, mas fazer o quê? Se a gente não meter a cara e não fazer, nada acontece!", diz Rayssa que promete voltar ao palco ano que vem após um longo hiato entre produzir peças infantis, musicais e seu primeiro longa para o cinema, como cineasta, "Rocinha - Toda História tem Dois Lados", película rodada na maior favela da América Latina.
"O audiovisual sempre sonhei, mas entrou na minha vida em 2018 por causa de uma promessa que fiz para as crianças da comunidade da Rocinha e foi a maior loucura da minha vida fazer cinema sem nenhum real no bolso. Aff, mas sou assim, intenção louca! Jogo, sofro, mas se não for assim, a gente não faz! Os produtores independentes pedem socorro para que a luta neste mercado seja igual para todos!", desabafa.
Rayssa luta para que todos tenham igualdades artísticas:
"O AfroReggae chegou dando valor para atores que nunca teriam sequer uma chance de fazer um teste. É muito bom ver que José Junior está fazendo isso com atores que precisam, com atores pretos e é assim que tem que ser. Que surja mais gente com disposição para fazer!"
Rayssa também é professora de interpretação para atores.
"A Cia Cara Lavada conseguiu quebrar o eixo entre Rio e São Paulo, isso é muito gratificante. Hoje, tenho alunos pelo Brasil todo e muitos já vieram gravar no Rio, isso é um sonho para os atores de outros estados. Abriu-se um leque, isso não tem preço pra mim", afirma com um brilho vitorioso no olhar, prometendo que fará a melhor confraternização que sua Cia merece.
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