O CCBB-Rio estendeu o ciclo "A palavra fora do lugar: escritores refugiados e em risco", projeto patrocinado pelo Banco do Brasil. Ao invés de terminar no próximo 12/09, segue até janeiro de 2019, com novas provocações.
O destaque do próximo encontro (12 set) é a premiadíssima escritora e tradutora Terézia Mora, ganhadora do prestigiado PRÊMIO GEORG BÜCHNER 2018 (50 mil euros), concedido por sua contribuição significativa à vida cultural alemã.
Nascida na Hungria, numa cidade de forte influência germânica, Terézia migra para o país vizinho em 1990, após a queda do Muro. Para a Academia Alemã pela Língua e Poesia, sua literatura "toca num ponto sensível e doloroso de nossa época". Com ironia e rigor analítico, sua literatura retrata nômades urbanos, indivíduos com existências precárias e a dificuldade de comunicação com o outro e consigo mesmo.
Terézia vem sendo reconhecida pela crítica desde 2004, quando ganha o Prêmio da Feira de Leipzig. Em 2013, recebe o Prêmio do Livro Alemão. Ela se destaca também como tradutora. Verteu Istvan Örkeni para o alemão e traduziu um dos mais importantes romances do século XX, Harmonia Caelestis, de Peter Esterházy.
A vinda ao Brasil, com apoio do Goethe Institut, propicia o lançamento do laureado "Todo dia" (NAU Editora), primeiro livro traduzido para o português. Trata de um desertor impedido de retornar à terra natal, na Europa Oriental. Mesmo dominando dez idiomas, não consegue se comunicar.
No CCBB, a autora discute o efeito do bilinguismo na escrita e a literatura construída a partir de tradições literárias, língua e sistemas de pensamento distintos.
Reflete também sobre o conceito de território (físico, cultural e linguístico), a condição humana e o engajamento político.
Na sequência, o projeto expande a discussão para o campo do cinema (21/11), e para o impacto de governos totalitários na literatura produzida no Brasil e exterior (23/1/2019). Personalidades como Silvio Tendler, Emília Silveira, Antonio Carlos Secchin e Edney Silvestre refletem sobre efeitos da ditadura sobre a literatura e sobre obras que expressam o impacto da censura e da perseguição política, como Ferreira Gullar e Antonio Callado.
Apoios: Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio, Coordenação Central de Extensão da PUC-Rio, Consulado Geral da França no Rio de Janeiro e Goethe Institut.
Curadoria: Clarisse Fukelman
Produção: Vereda Promoções Culturais
Patrocínio: Banco do Brasil
PROGRAMAÇÃO – sempre às quartas-feiras
Edney Silvestre – escritor, roteirista, documentarista e jornalista
Ganhador do Jabuti e do Prêmio São Paulo. Seu romance "Vidas provisórias" trata do exílio pela ditadura militar e "Se eu fechar os olhos agora" traz a violência do governo Vargas. Entrevistou autores que viveram o exílio e dele falaram: José Saramago, Nadine Gordimer, Ohran Pamuk, etc.
Emília Silveira - diretora e roteirista
Dirigiu "Setenta" (sequestro de embaixador pela liberdade de presos políticos); "Galeria F" (fuga do 1º preso político condenado à morte na ditadura); "Silêncio no Estúdio", sobre Edna Savaget e "Callado" sobreo escritor e jornalista Antônio Callado, cujas obras retratam o Brasil durante o regime militar.
Marcelo Backes: tradutor e escritor.
Dr. em Romanística e Germanística (Univ. de Freiburg ) Livro: Mais que memória, Estilhaços e A casa cai Prêmios como tradutor: Biblioteca Nacional e Prêmio Nacional da Áustria.
Rodrigo Fonseca: repórter e crítico de cinema.
Foi jornalista do JB e O Globo. É roteirista da TV Globo. Livros: "Como era triste a chinesa de Godard" (ficção), "Meu compadre cinema - Sonhos, saudades e sucessos de Nelson Pereira dos Santos", "Renato Aragão; do Ceará para o coração do Brasil", entre outros.
Silvio Tendler – cineasta e professor
Mestre em Cinema pela ÉHESS (França), prof. de cinema na PUC-Rio e ganhador de inúmeros prêmios. O "cineasta dos sonhos interrompidos" dirigiu mais de 70 filmes. Dentre eles, Utopia e Barbárie (2009) e Dedo na ferida (2018) e séries televisivas ("Anos Rebeldes").
Terézia Mora: escritora e tradutora
Húngara radicada na Alemanha com a queda do muro, roteirista e tradutora. Membro da Academia das Artes de Berlim. Inúmeros prêmios, como o prestigiado Das Deutscher Buchpreis. 'Todo dia' é o primeiro romance traduzido no Brasil.
Curadoria:
Clarisse Fukelman (Departamento de Comunicação Social da PUC-Rio/ Veredas): Dr.a em Literatura Brasileira. Curadora de exposições e seminários similares (homenagens a Sartre, Hannah Arendt, Antonio Callado, João Cabral de Mello Neto, etc.).
Livros: Eu assino embaixo: biografia, memória e cultura; Poesia em pauta.
SERVIÇO:
DIA: 12/09 A PALAVRA FORA DO LUGAR: ESCRITORES REFUGIADOS E EM RISCO
· Às 17h, lançamento do livro 'Todo dia', de Terézia Mora (Livraria da Travessa – CCBB, RJ)
· Às 19h, palestra com Terézia Mora: 'Sem chão e sem palavras: não há paisagem sem pouso'
LOCAL: Centro Cultural Banco do Brasil – auditório 4º andar
ENDEREÇO: Rua Primeiro de Março, 66 – Centro RJ
TELEFONE: 21 3808-2020
DIAS E HORÁRIOS: 12/09, às 19h; 21/11, às 18h30; 23/1/2019, às 18h30, sempre às quartas-feiras
DURAÇÃO APROXIMADA: 90 minutos
CAPACIDADE: 63 pessoas (podendo estender para mais 100 via telão)
ENTRADA FRANCA: distribuição de senhas uma hora antes de cada debate